Os distúrbios mentais afectam centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, provocando, em caso de não tratamento, um enorme sofrimento e incapacidade, podendo mesmo originar graves consequências na economia. Apesar disso, apenas uma pequena minoria tem acesso a tratamentos elementares.
A saúde mental é uma questão central na declaração de Alma Ata e o cuidado holístico nunca será alcançado enquanto a saúde mental não for integrada em todos os níveis dos cuidados de saúde, nomeadamente nos primários.
Devido à importância que esta área da saúde apresenta, a Direcção Regional de Lisboa do SEP resolveu iniciar uma reflexão com os enfermeiros, nomeadamente os que estão ligados ao exercício dos cuidados em saúde mental e psiquiatria, que nos levasse a uma análise da situação e consequentemente, a um conjunto de reivindicações no sentido de melhorar a prestação destes cuidados.
Esta discussão vem no seguimento e no compromisso resultante do Debate “Os Cuidados de Saúde Primários/Saúde Preventiva 30 Anos após a Implementação do SNS”, realizado a 31 de Agosto de 2009, no Auditório da Sede do SEP.
Verificamos que existe uma grave carência de enfermeiros na saúde mental, resultante duma imposição governamental de congelamentos de admissões na Administração Pública, o que tem gerado o incumprimento o Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016 que o próprio governo se propôs atingir. As insuficientes dotações têm conduzido à insatisfação dos colegas, pois resultam na privação da prestação destes cuidados de saúde junto das populações.
Para debater estas questões, realizámos o II Encontro da Saúde Mental e Psiquiatria, no Auditório do Hospital Júlio de Matos, no dia 19 de Março, que contou com a presença de cerca de uma centena de enfermeiros.
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